terça-feira, 16 de novembro de 2010

Missão Conceição de Macabu

Na semana passada começou o momento de preparação do grupo de missões da minha igreja, estava bem motivado até chegar sexta quando bateu o desânimo, o sentimento de que eu teria que abdicar do meu final de semana pra uma missão, mas pensei nas pessoas que precisavam ouvir uma palavra de luz, pensei nas pessoas do grupo voltando da viagem falando o quanto foi bom e eu não fui. Decidir fazer minha mochila e ir na cara e na coragem.

Ao sair do Rio de Janeiro, só sabia que iríamos pra Conceição de Macabu e que nos hospedaríamos na casa de uma irmã lá da igreja que se mudará pra lá em breve, aliás, um dos motivos dessa missão era fazer o reconhecimento da área para futuramente abrir uma filial de nossa igreja lá. No caminho fui escutando as coisas que falavam: Lá é roça, não tem água no banheiro, é água de poço, o dono cria um cavalo lá. Então fui imaginando que iria chegar lá e encontrar uma chácara ou uma fazendinha com poço, cavalo etc. Fiquei até feliz por poder passar o final de semana numa chácara em contato com a natureza.

Quando cheguei lá, deparei-me com uma casa modesta, ainda não acabada. Cadê o poço? Cadê o cavalo? O poço era uma cisterna e o cavalo era criado num campinho próximo. Nem tive coragem de olhar o banheiro, como chegamos às duas da manhã, dormi do jeito que tava. Acordei às cinco da manhã exato, se é que pode dizer que acordei se nem dormi direito, e fiquei impressionado com a pontualidade do galo. Os roncos dos irmãos não me ajudaram muito a dormir. Quando acordei eu disse: Aonde eu fui me meter?

Quando fui no banheiro de manhã pra escovar os dentes, comprovei que realmente não tinha água ali e que a porta improvisada era feita de um pano quase que transparente. Ali orei: Meu Deus, como eu quero um banheiro com água quente e privacidade.

Tomei um café da manhã muito gostoso, típico da roça: Queijo minas fresco, leite direto das tetas da vaca, pão e o saboroso café do diácono. De manhã o acaso nos levou à uma cidadezinha a uns quilometros dali chamada Triunfo. O povo foi tão receptivo à Palavra de Deus que me espantei. Inclusive uma moça já convertida parou pra nos ouvir quando a abordamos e na hora do apelo ela disse que já era evangélica, mas parou pra ouvir porque "de repente Deus queria falar alguma coisa com ela". Essa simplicidade me impactou. O evangelismo da manhã foi muito frutífero.

Uma igreja local nos ofereceu um almoço delicioso no sábado, o pastor que nos recebeu havia três meses estava pastoreando aquela Assembléia de Deus e estava enfrentando problemas com o rebanho devido a recente troca de pastores. Na noite daquele dia, seria realizado a segunda reunião do 40° congresso das mulheres. Após o almoço fui querer me enfiar na casa de alguém pra tomar banho, só lá os membros só tinham água fria e no banheiro da igreja não tinha porta. Minha mão conversou com a esposa do pastor e ela me permitiu tomar banho na casa deles. Deus havia respondido àquela oração da manhã, um banheiro com água quente, privado, todo bonito e equipado, melhor do que o banheiro da minha casa, Glória a Deus!

De tarde nos dividimos em dois, um grupo fez evangelização nas rua da cidadeszinha e o outro fez visitas, eu fui no grupo das visitas. Visitamos uma senhora muito inteligente, mas estava afastada da igreja por desilusão de pessoas crentes. Visitamos um asilo onde duas senhorinhas me alugaram por um bom tempo e um senhor chorou de emoção e me agradeceu pelo simples fato de eu chegar lá e dizer a ele um "oi". Aquelas pessoas vivem todos os dias no silêncio, quando chega alguém disposto a conversar elas querem contar a biografia toda. No asilo compreendi de perto que nosso corpo material pode um dia perder sua beleza, juventude, força e saúde, nosso corpo pode até morrer, mas a nossa ama é eterna, e pra onde ela vai quando isso aqui acaba? A Bíblia diz que só há dois caminhos: Céu e inferno. O destino de nossas almas é definido segundo nossas decisões enquanto esse corpo passageiro existe, e a principal decisão é viver a filosofia de Cristo. Também visitamos um senhor que padecia do mal de Parkisson, ele se decidiu pra Cristo.

De noite fomos prestigiar o evento daquela igreja que nos acolhia tão bem. A pregação embora fosse destinada às mulheres, tiveram tópicos que me impactaram em relação à igreja do Senhor. Nos despedimos da família pastoral, agradecemos e fomos dormir. Mais uma noite tirada de mim pelos roncos estrondosos dos irmãos, mas pelo menos acho que tive pelo menos uma horinha apagado. Nos arrumamos e fomos de volta para o Rio de Janeiro.

Agradeço a Deus por me ensinar tantas coisas nessa viagem que se eu fosse escrever todas aqui não caberia.

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