quinta-feira, 29 de maio de 2014

É impressionante como a ansiedade pode ser poderosa. Toma seus pensamentos, sua energia, sua alegria... é o próprio demônio. Não consigo parar de pensar um instante sequer nas provas desse final de semestre e na lista interminável de pendências e responsabilidades. Mas o que torna a ansiedade tão poderosa? Por quê ela vem a nós? É tão estranho o fato de dar tanta importância a algo ao ponto de ser mais importante que a alegria de viver. Por quê a prova de Penal seria mais importante que meu descanso? Por quê a tarefa que o chefe me deu essa semana tem o direito de tirar meu bom humor? Por quê a conta que está prestes a vencer significa mais que uma noite de sono?
Ter insônia por empolgação é muito bom, muito tempo que eu não sinto. Eu me lembro de passar o dia seguinte com sono, mas feliz. Insônia causada por ansiedade opressiva te deixa mais cansado que você normalmente ficaria sem uma noite de sono.
Acho que essa vontade de agarrar o mundo e agradar a todos é inerente à minha idade, mas eu mesmo sinto que preciso rever minhas prioridades. Quero fazer estágio e me portar como um advogado, não um reles estagiário. Quero tirar boas notas na faculdade. Quero escrever um artigo de Direito. Quero escrever um romance. Quero realizar alguns trabalhos voluntários. Quero fazer intercâmbio. Aceito todas as tarefas, cargos etc. Minha filosofia foi nunca perder uma oportunidade e, se eu faço alguma coisa, tenho que fazer da melhor maneira.
Engraçado como minhas vontades quase não tem haver comigo mesmo, são sempre profissionais e acadêmicos. Por quê temos esse fascínio por ser alguém na vida e por quê ser alguém na vida é tão difícil?
Eu queria ser alguém na vida apenas lendo livros clássicos e viajando o mundo, precisam inventar uma profissão que cumule esses itens. Sabe o que eu queria mesmo se não tivesse essa ditadura do "ser alguém na vida"? Queria ser basicamente o Jack Kerouac: escritor e mochileiro. Embora seja apaixonado por literatura e música, receio não ser um bom escritor e nem cantor. Uma vez já quis ser cantor gospel, depois quis ser cantor de bossa nova e bolero, mas tudo isso já está fora de cogitação, em parte por que não canto bem e em parte por que isso já não me encanta mais. Mas a ideia de ser escritor persiste, tenho várias ideias, mas o tempo livre não casa com o horário que a inspiração chega. No ensino médio até iniciei um romancezinho adolescente, mas desisti do tema por não mais acreditar no que escrevia e como escrevia, hoje tenho outras ideias.
Não é reclamação, é só desabafo. É bom escrever, recomendo. No mais, cheguei onde esperava ter chegado a essa altura da vida: Numa faculdade pública e num bom escritório. A ansiedade causada pelo excesso de responsabilidades, especialmente no final do semestre, que é um pouco difícil e te faz refletir sobre o que é importante na vida. Ah, esqueci de escrever: estou engordando assustadoramente rápido, já cogito a ideia outrora incogitável de fazer academia. Odeio me imaginar no meio daquela gente. Nada contra, cada um com seu cada um, eu prefiro pessoas que frequentam livrarias.

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