sábado, 28 de junho de 2014

Há exatamente dois anos, de madrugada, estávamos chorando porque a Mariana estava praticamente morta. Ela nasceu com complicações de uma gravidez de risco e teve uma séria infecção no intestino. Em suas primeiras horas de vida, ela estava aberta numa mesa de cirurgia com todos orando por ela. O médico tinha avisado que a cirurgia era arriscada e ela não poderia sobreviver, mas seria a única oportunidade dela viver. Realmente ela não resistiu, o coração dela parou por uns segundos. Não dá pra descrever o buraco no coração que todos nós fomos acometidos. Raiva, inconformidade, negação, dor. Até que a máquina voltou a fazer aquele barulho glorioso que nos trouxe alívio e extrema felicidade, o coração dela voltou a bater. Hoje estamos comemorando seu segundo ano de vida.
Mariana desde o útero enfrentou problemas e foi vencedora. Essa não foi a primeira vez que o som de seu coração mudou o rumo de sua própria história. Sua gravidez foi inesperada e sua mãe, levada pelas emoções dos problemas sociais causados pela gravidez, pensou em desistir de sua própria filha até que ela escutou pela primeira vez as batidas de seu coração pela ultrassonografia. Sempre a persuadimos não cometer um ato tão egoísta, mas aquele coraçãozinho foi o argumento mais forte. Mesmo não tendo nenhuma relação de sangue com ela, eu a adotei com o coração. O amor que sinto é um milagre, pois a vida dela é um milagre. Posso dizer que o coração dela não mudou apenas sua própria história, mas a minha também. Parabéns, minha filha, que o som do seu coração continue cativando as pessoas que cruzarem seu caminho.

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